quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Curiosidades

Nicholas Sparks: ‘É a mesma fórmula para qualquer gênero’


“Uma longa jornada”, de Nicholas Sparks, será lançado primeiro no Brasil, durante a Bienal do Rio
Foto: Fabio Seixo / Fabio Seixo

“Uma longa jornada”, de Nicholas Sparks, será lançado primeiro no Brasil, durante a Bienal do Rio Fabio Seixo / Fabio Seixo

O Brasil está na linha de frente do best-seller americano Nicholas Sparks, que tem 90 milhões de livros vendidos no mundo e, na semana passada, era o autor de seis dos 20 títulos mais vendidos do país. “Uma longa jornada” (Arqueiro), seu novo livro, será lançado em primeira mão na Bienal do Livro do Rio, que começa amanhã e vai até dia 8 de setembro, no Riocentro. Na cidade antes de viajar a São Paulo e Curitiba, para sessões de autógrafos, Sparks recebeu O GLOBO para uma entrevista.
É a primeira vez que você conta duas histórias de amor em um único romance. De onde surgiu a ideia?
É difícil dizer a origem de qualquer romance. Nunca começa com uma ideia completa, mas com uma imagem que vai crescendo. Para “Uma longa jornada”, eu sabia qual seria o final e qual sensação queria provocar no leitor. Estou curioso para saber de qual dos dois casais os leitores vão gostar mais.
O livro vai para o cinema?
Sim, o contrato foi assinado em fevereiro. Sou um dos produtores. Está na fase do roteiro. Esperamos a estreia para fevereiro de 2015.
Você já escreve pensando em adaptar?
Não. Até penso sobre os filmes quando tenho a ideia para a história, porque quero que ela seja original, o cinema também precisa disso. Mas, uma vez que tenho a ideia, só penso no romance, porque não é garantido que será adaptado.
Este é seu décimo oitavo livro. Como você faz para ser tão prolífico?
Só parece prolífico para quem está de fora. No meu mundo, leva uma eternidade (risos). Seis meses para escrever, um mês para editar e outro mês e meio para promover o livro. Nos outros três, eu fico pensando no próximo. Escrevo quatro dias por semana, seis horas por dia. Nos outros dias, não fico na piscina. Tenho uma produtora de TV para tocar e filmes para supervisionar. Tento escrever duas mil palavras por dia. Costumo fazer 400 palavras por hora.
Do jeito que você fala, parece que chegou a uma fórmula Nicholas Sparks. Qual seria?
É a mesma fórmula para qualquer gênero ou best-seller. É preciso uma história interessante, com personagens que intriguem o leitor. É mesmo bem simples. Sim, dá para dizer que meus romances seguem um padrão. Eles falam, por exemplo, de várias emoções humanas e sempre se passam na Carolina do Norte.
E sempre têm finais trágicos.
Nem sempre. Na verdade, os livros adaptados para o cinema têm histórias assim. Nos meus livros, uso essas tragédias como forma de tratar todas as emoções da vida. Se você olhar “Uma longa jornada”, vai ver Sophia feliz, com raiva, frustrada e se sentindo traída. O mesmo com os outros personagens.
Você odeia finais felizes?
Gosto de finais que surpreendam (risos). Algumas vezes, essa surpresa vem da tragédia, do fato de você não conseguir acreditar que termina de um jeito tão trágico. Por outro lado, não sei se os finais de “Uma longa jornada” ou “Um porto seguro”, por exemplo, podem ser considerados tristes.
Você não tem medo de se repetir?
É difícil, mas tento fazer sempre diferente. Trabalho na estrutura narrativa, no tamanho do romance, na voz dos personagens. Algumas vezes uso a primeira pessoa, em outras uso a terceira. Às vezes, misturo tudo, de forma a cada livro parecer um romance novo. Se você vir, “Uma longa jornada” e “Diário de uma paixão” são livros diferentes.
Você está no Brasil para promover o novo livro. Nicholas Sparks ainda precisa disso para vender?
Preciso. Não que eu precise estar aqui para vender, mas acho que minha presença ajuda nas vendas. Uma das minhas metas, nos próximos cinco anos, é aumentar minhas vendas no Brasil e em outros países. Estou fazendo o mesmo que fiz quando comecei, nos Estados Unidos. E eu adoro encontrar os leitores, conversar com eles. Às vezes, a ideia para o próximo livro surge dessas conversas.
Você virou um empresário da literatura?
Há vários caminhos que um escritor pode escolher. Eu gosto de trabalhar em Hollywood, porque me tira de casa, me permite conhecer novas pessoas. É divertido. Também é uma forma de me tornar mais conhecido. Se escrevo, quero que o máximo de pessoas encontre aquela história.
A Justiça americana acaba de condenar a Apple e outras editoras por formação de cartel. Como autor, esse assunto o preocupa?
Acho que minha editora fez um acordo (com a Justiça). Vamos ver como isso se desenrola. Tento não me preocupar, porque são coisas que fogem ao meu controle. Mas presto atenção, para saber o que vem por aí. Meu interesse, como autor, é que meus livros estejam disponíveis. Quero ser lido.
J. K. Rowling vende seus e-books por conta própria. Best-sellers como o senhor ainda precisam das editoras?
Escritores precisam de editores. Também do trabalho de marketing que a editora faz. As editoras têm um papel de filtrar tudo. Sem elas, seria como navegar na internet sem mecanismos de busca. Claro, a situação é diferente para autores best-sellers. Precisamos de editores? Eu preciso. Precisamos de uma empresa que faça esse trabalho? Claro, porque preciso que os livros sejam distribuídos. Se, em 15 anos, não houver livro físico, o que eu não acredito, claro que seria diferente. Mas eu não tenho planos de deixar minha editora.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/nicholas-sparks-a-mesma-formula-para-qualquer-genero-9721582#ixzz2dORkd3Hi

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